Um golpe na Al-qaeda

05/05/2011 - Thiago Bittencourt, João Vitor Braz e Arthur Petrilo

Certa manhã os Estados Unidos pararam sua rotina para sintonizar suas televisões, já que acontecia um inesperado ataque à grande potência norte-americana. Somente nessa semana, essa grande potência teve a sua vingança após 10 anos de espera.

Os ataques, organizados pela organização extremista islâmica Al-Qaeda, consistiram no choque de dois aviões contra o grande complexo World Trade Center e também o choque de uma outra aeronave contra o Pentágono, em Washington, deixando mais de 3000 pessoas mortas. Seu principal idealizador foi Khaled Mohammed, mas o nome mais conhecido é Osama Bin Laden.

Filho do homem mais poderoso e rico da Arábia Saudita, recebeu treinamento da CIA, a agência de inteligência estadunidense, para participar dos esforços jihadistas contra o comunismo no Afeganistão. Depois criou um grupo para combater a família real saudita, grande amiga da família de Bin Laden.

Com os ataques de 2001, Bin Laden tornou-se o rosto mais conhecido do terrorismo mundial. Sua fisionomia estampou jornais, revistas e sites em todo o mundo. Além disso, era a figura mais divulgada em sites jihadistas anti-ocidentais. O terrorista valeu-se da sua popularidade e incentivou o uso do nome Al-Qaeda entre homens-bomba que nem tinham relações com a organização.

Altamente fragmentado, tendo apenas Osama como líder de alcance mundial, o grupo vem sofrendo decadência nos últimos anos com o aumento da repressão a este tipo de movimento. Na madrugada do dia 2 de maio, a organização sofreu um golpe ainda maior.

No escuro, sem aviso prévio, uma equipe composta por 40 agentes SEAL (tropa de elite da marinha americana) entrou numa mansão em Abbotabad, onde, surpreendentemente foi localizado o terrorista mais procurado do mundo.

Desde agosto do ano passado, a inteligência americana vinha monitorando aquela residência, após juntar uma série de informações, obtidas tanto de prisioneiros de Guantánamo quanto de habitantes da própria cidade. Um dos principais fatores que levaram à invasão do local foi o fato de que o principal mensageiro de Osama vivia lá.

Ao localizarem o terrorista, os agentes o mataram imediatamente (pelo menos de acordo com os dados oficiais). Um dos envolvidos na operação, chamada Gerônimo, afirmou que a missão não era de captura, mas de assassinato.

Para aumentar o número de teorias de conspiração, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos que mostram Osama morto, assim como as fotos do funeral dele. A justificativa foi que a morte já está comprovada suficientemente e que as fotos poderiam aumentar as revoltas. Enquanto isso, o corpo de Bin Laden foi sepultado em alto-mar, numa tentativa das autoridades americanas de impedir que sua sepultura vire um local para peregrinações.

Agora que Osama Bin Laden não gerencia mais o grupo terrorista, a Al-Qaeda está mais desmantelada ainda. Os governos ocidentais, principalmente os dos EUA e os da União Europeia, mostraram imensa preocupação com a possiblidade de haver retaliações à morte do grande líder.

Nos próximos meses veremos qual será a postura adotada pela organização terrorista e seus aliados, como o grupo Hamas, que negou a morte de Bin Laden. É certo que revoltas ocorrerão, mas o que não sabemos ainda é se as revoltas serão em territórios já em guerra, como no Afeganistão, Paquistão ou Iraque ou se os extremistas pretendem atacar os territórios dos EUA e de seus parceiros principais. Mesmo com o risco de represálias, a morte de Osama representa um grande passo na guerra contra o terror.