Sobre a megaoperação anti-tráfico no Rio de Janeiro

01/12/2010 - Thiago Bittencourt

Já se sabe o desfecho da megaoperação montada por uma parceria entre o governo estadual e federal para fornecer respostas à onda de ataques que aflige o Rio de Janeiro desde semana passada. Essa parceria inédita em terras fluminenses mostrou a capacidade do Estado de garantir a lei e a ordem em seus domínios.

Ao invadir terras historicamente controladas por facções criminosas, o governo não só liberta seus moradores da opressão dos criminosos como também dificulta a vida da bandidagem. Com a apreensão de 42 toneladas de drogas, 50 motos e outros bens do crime, estima-se pela Polícia Civil que a quadirlha tenha perdido cerca de 100 milhões de reais, uma quantia que certamente fará falta aos cofres dos bandidos.

É importante notar, que há algumas denúncias de moradores relatando abusos por parte de policiais, por exemplo, roubos e saques. Vê-se, portanto, que existem sérios riscos de que a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro seja de certa forma mal vista. Mas, já foi direcionado um ônibus governamental para compilar denûncias ou quaisquer outros comentários ou reclamações que os moradores daquela região tenham a fazer.

Outro fato relevante, a ser considerado, é a rapidez da invasão e da ocupação das favelas, certamente, influenciada pelo uso dos tanques e viaturas fortemente blindadas da Marinha Brasileira. Caso somente fossem utilizadas as tradicionais viaturas policiais, e até mesmo os “caveirões” da PM-RJ, muito provavelmente, a operação fracassaria, devido às barricadas e obstáculos criados pelos criminosos e até mesmo devido a um número maior de mortes de militares, que entrariam desprotegidos nas estreitas vielas das quais a Secretaria de Segurança só tinha conhecimento por imagens de satélite e fotos aéreas.

Espera-se que com este magnífico golpe da cúpula de Segurança do Rio realmente haja um avanço para garantir a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 com total e plena segurança, sem, por exemplo, arrastões a turistas e incêndios criminosos em ônibus.