Os ideais políticos e as classes de estado

14/07/2011 - Thiago Bittencourt

Atualmente estamos acostumados com o sistema de países tradicionalmente capitalistas, e alguns socialistas. Outras classes de estado existem, e não paramos para pensar nelas. Na Inglaterra, por exemplo, há uma monarquia. No Brasil temos uma república presidencialista.

Nos primórdios da evolução humana, tivemos os impérios da Antiguidade, como o Império Babilônico. Em seguida, houve a transição para o modelo de autossubsistência do feudalismo, predominante na Europa.

(Créditos: Irmãos Limbourg / Barthélemy d'Eyck | Domínio público)

A Crise do Século XIV levou à criação de Estados muito parecidos com os que temos hoje. O fortalecimento da burguesia elevou a demanda por uma unificação das diversas regiões do globo (o que só foi alcançado plenamente no século XXI). Para que o comércio da mesma fosse viável, era importante que tais regiões respeitassem a um padrão.

Logo após a crise, os chamados “Estados Antigos” aparecem. Imensos reinos absolutistas (poder total nas mãos do Rei) apoiados em práticas mercantilistas (como o colonialismo e o metalismo) surgem. É nesse período que há a chegada de Cabral ao Brasil.

Entretanto, o modelo absolutista sofre quando o governo não consegue controlar sua população. Os ideais iluministas iam contra as práticas mercantilistas. Montesquieu propôs a conhecida Divisão dos 3 Poderes e Adam Smith difundiu o liberalismo. O poder econômico não provinha das cortes reais, mas sim da burguesia.

(Créditos: D'Alembert / Diderot | Domínio público)

Inspirados pelos ideais iluministas, e revoltados com algumas políticas governamentais, os franceses rebelaram-se na Revolução Francesa. O movimento culminou com o Império Napoleônico, que reconfigurou o mapa europeu. Após a deposição de Napoleão, chefes de Estado tentaram no Congresso de Viena voltar à antiga configuração da Europa. Tentou-se reestabelecer os poderes absolutistas despostos por Napoleão. O Congresso se mostra falho com as revoltas neoliberais do próximo século.

Essas revoltas, de influência iluminista, não somente se alastram pelo continente europeu, mas também pela América. É nesse período que ocorrem os processos de independência da América Espanhola (com o auxílio da Inglaterra) e da América Portuguesa.

As Guerras Mundiais, primeira e segunda, causaram uma instabilidade política e econômica no mundo. A Guerra Fria dividiu as nações entre primeiro, segundo e terceiro mundo. Ao seu fim, os Estados Unidos se consolidam como a potência militar global.

(Créditos: Frank Hurley | Domínio público)

O que muitos não sabiam era que a potência era frágil demais. Em 11 de Setembro de 2001, o atentado de Osama Bin Laden (recentemente morto pela marinha americana) deu início a famosa Guerra ao Terror, do governo Bush. Esse poderio bélico foi devidamente mostrado na invasão ao Afeganistão, em 2001 e ao Iraque, em 2003. Desde então há um contraste entre as democracias ocidentais, com princípios de liberdade, e ditaduras islâmicas apoiadas pelos EUA, que temem a proliferação de movimentos extremistas nessas regiões.

Da mesma forma, grande parte dos países africanos (já assolados pela miséria e fome, como mostra a imagem) também são governados por tiranos. Muitos destes também convivem com guerras civis, fruto da colonização europeia.

(Créditos não encontrados)

Apesar da queda do antigo sistema de monarquias absolutistas, temos até hoje reinos. O mais conhecido, sem dúvida, é o Reino Unido. A diferença é que tais monarquias são parlamentaristas, e o rei (no caso atual, a rainha) atua como o Chefe de Estado, ou seja, uma figura pública com influência, mas sem poder.

Diversos fatores podem levar à transição das classes de estado atuais para outras, mas a tendência é que o modelo democrático se espalhe mais ainda pelo globo. Veja por exemplo o caso da China, de economia capitalista e política comunista. Cuba, que não aderiu ao neoliberalismo, enfrenta desafios para manter uma boa qualidade de vida para sua população.