Legado indispensável – Herois nacionais

03/11/2012 - Thiago Bittencourt

Capitão América, heroi estadunidense. (Créditos não encontrados)

Segundo o romancista Júlio Ribeiro, um heroi deve lutar por uma grande causa. A humanidade está adaptada para aceitar os herois da ficção, repletos de características extraordinárias e ações voltadas à coletividade. Entretanto, um novo tipo de heroi emerge na sociedade brasileira: aquele cidadão comum que supera dificuldades e ajuda a definir a identidade de toda uma nação.

O indivíduo que trabalha e teima, e lima e sofre e sua constitui um exemplo social. Ele é capaz de resistir à opressão da vida, e alcançar o sucesso que apenas alguns na sociedade conseguirão obter. Assim como afirmado pelo falecido escritor Johann Goethe, um grande feito é fácil, os pequenos feitos contínuos é que contam. Dessa forma, as conquistas de um heroi inspiram outros a ultrapassar novas barreiras e buscar objetivos inovadores, ao longo do cotidiano.

Os herois da contemporaneidade não são, muitas vezes, reconhecidos pelos seus feitos. Qualquer ser capaz de suportar uma situação adversa pode acabar por não ser lembrado pela sociedade. Um povo que não abriga importantes ídolos pode contribuir para a desmoralização dos mesmos. Por conta disso, o estímulo existente que favorecia a ascensão de tais ídolos se perde. Consequentemente, o surgimento de novos ícones sociais é ameaçado.

As inovações do século XXI trouxeram barreiras para a determinação das identidades de cada nação. Com a integração entre as diversas populações do globo, a figura de um heroi tornou-se representação da sociedade da qual ele provém. Ele representa os ideais difundidos em seu local de origem e os apresenta para todo o mundo. Nos Estados Unidos há, por exemplo, o Capitão América, que propaga os conceitos capitalistas. Portanto, os herois podem facilitar o nacionalismo.

A pessoa que efetua atos heroicos sintetiza a realidade da nação em que ela se insere. Por isso, cabe à sociedade divulgar e incentivar as ações desses herois. Seja por meio de uma mídia com enfoque na abordagem de feitos sociais, ou por um Estado que premia indivíduos merecedores, o legado dos herois não pode ser esquecido. A relevância desses seres para a construção da identidade nacional é extrema, e o esquecimento deles seria a desvalorização de um patrimônio da nação.