Detalhes do caos na Líbia
Como tratado no post anterior, o mundo árabe se encontra em colapso. Protestos anti-governamentais nos países, movimentos de oposição aos governos ditatoriais entre outros problemas. No Egito, assim como na Tunísia e na Jordânia, os ditadores não resistiram às pressões populares e cederam o cargo. Agora, o foco dos conflitos está na Líbia.
Lá o ditador Muammar Kadafi resiste à idéia de perder o poder (já está nele por 42 anos). O que começou com pedidos de melhora nas condições sociais tornou-se o caos que está pela insistência de Kadafi de continuar no poder do jeito que está. A partir de então, os manifestantes se organizaram pela internet e formaram um movimento armado de oposição.
Com esse movimento, Kadafi (oficialmente foi seu filho, mas isso não está confirmado) ignorou completamente a ética e o direito internacional e ordenou que caças da força aérea líbia abrissem fogo contra sua própria população, numa tentativa violenta de mostrar aos manifestantes que ainda tem o poder. Dois pilotos desertaram da Aeronáutica líbia pois desobedeceram esta ordem.
Agora a nação encontra-se numa guerra civil. Os manifestantes disputam com o governo áreas estratégicas do país e o governo responde com artilharia pesada e ataques violentos contra os rebeldes. Em um aviso em rede nacional na TV estatal líbia, o governo ofereceu meio milhão de dinares líbios (700.000 reais) para quem capturasse o líder da oposição, Abdul-Jalil, e outros 200.000 dinares (aproximadamente 300.000 reais) para quem tivesse informações que ajudem na sua captura pelos agentes de Kadafi.
A cobertura jornalística dos acontecimentos no país está precária. O governo restringe a liberdade de imprensa, impedindo a entrada de repórteres nas regiões com conflitos e intimidando os jornalistas a ponto de por segurança as redes de TV não divulgarem o nome nem a localização dos envolvidos na cobertura dos eventos. Um exemplo é a americana CNN, que apenas diz que seu enviado especial se encontra no leste do país.
Com a internet cortada, e os sinais falhos de telefonia fixa e móvel, torna-se quase impossível a comunicação do interior do país com o resto do mundo. Não somente jornalistas sofrem com estes problemas, sendo que a população em geral é afetada, incluindo os embaixadas de diversos países, que nunca poderiam ter suas comunicações cortadas com base nas leis de Direito Internacional.
O Atualizado continuará cobrindo estes acontecimentos abaixo e no nosso twitter.
Atualização (10/03/2011)
A CNN informou hoje que um jornalista brasileiro preso em Trípoli (capital da Líbia) foi libertado hoje de manhã.