As razões do massacre na escola Tasso da Silveira

08/04/2011 - Thiago Bittencourt

Era apenas mais uma normal manhã na escola Tasso da Silveira, quando às 8 horas e escola tornou-se histórica. No lugar de alunos aprendendo e brincando, o que foi visto desde então foram cenas de pânico e tensão. O psicótico e ex-aluno da escola, Welington Menezes de Oliveira, fingiu que ia dar uma palestra para alguns alunos, com o intuito de entrar despercebido no recinto.

O que os responsáveis pelo controle de entrada no colégio não perceberam foi que ele carregava uma bolsa, e o pior, que dentro dela havia dois revólveres calibre 38, muita munição, um aparelho de rápida recarga das balas e um lençol branco junto com uma carta de suicídio, na qual ele fazia pedidos para seu funeral.

Ele se dirigiu a uma das salas do primeiro andar, e em seguida efetuou disparos em direção aos alunos. Um dos alunos feridos conseguiu escapar do colégio, e em seguida pediu ajuda ao policial Márcio Alves, que participava de uma blitz próxima ao colégio.

Este policial conseguiu salvar dezenas de vidas ao alvejar o atirador. O mesmo caiu no chão, e acuado atirou em si mesmo. Suas armas ainda estavam carregadas. Segundo a polícia, o suicídio foi planejado por Welington. Antes de seguir para cometer a barbárie , ele destruiu em sua casa qualquer evidência que pudesse comprovar o planejamento e o motivo do ataque.

Doze alunos morreram até o momento da publicação deste post, e onze ainda estão internados. A grande questão é: como um indivíduo sem antecedentes criminais aprende a atirar com essas armas e por que ele fez isso ?

Segundo a PM, o psicótico já havia feito tratamento psicológico quando menor, por insistência da mãe adotiva, que morreu há dois anos. Seu pai já era falecido, e sua mãe biológica era esquizofrênica. Nos registros da escola, a infância dele foi normal, sendo que com o passar do tempo sua vida mudou.

Ele passou a se isolar, e seus vizinhos contam que raramente falavam com ele. Há oito meses, Welington se mudou para uma casa em Sepetiba. Lá, se isolou no mundo virtual, pesquisando sobre atentados terroristas, como o ao World Trade Center, nos EUA. Sua irmã conta que certo dia ele soltou comentários absurdos, como a hipótese de destruir um avião.

Um comerciante conhecido de Welington afirma que apesar de seu isolamento, ele era gentil e nunca demonstrou qualquer tipo de agressividade. Quando investigadores da polícia foram a sua casa, encontraram seu computador queimado, provavelmente para esconder as pesquisas sobre terrorismo que ele fazia, assim como o plano do ataque.

Agora a polícia pretende traçar um perfil psicológico do atirador, e assim tentar concluir qual foi o motivo do massacre. Enquanto isso, há uma intensa mobilização voluntária para ajudar na tragédia. Várias pessoas doaram sangue ontem, a ponto de a reserva de sangue ser maior do que o Hemorio suporta. Hoje se esperam mais doadores.

Além disso, as famílias das vítimas decidiram em conjunto doar órgãos dos falecidos, para ajudar também aos já feridos que precisam de um transplante. O Atualizado cobrirá a investigação policial, e as novidades serão postadas aqui.

Atualização (08/04/2011 - 18:00)

A polícia divulgou hoje à tarde que não foi encontrado qualquer lençol branco dentro da bolsa do atirador.